sábado, 1 de janeiro de 2011

A acompanhante



Luz pálida e cinzenta, um quarto branco com bege, a única vivacidade que há é a blusa da acompanhante, a sandália debaixo do leito e a lixeira.
Com a camisola rosa e meio corpo coberto por um lençol, dorme sob efeito de remédio. Lábios ressecados e olhos esbranquiçados é assim que se encontra a tão radiante senhorita que ao quarto monótono já se acostumou.
A televisão ligada serve como um som de ninar, é mais fácil não resistir ao sono. O ventilador alvo, ora é importuno, ora não, pois a febre volta e meia se manifesta. No chão, marcas da cama enferrujada que foi trocada de lugar. À sua frente, uma cômoda que guarda duas cobertas, o soro pinga lentamente, como o "catiço de dor! nas costas que se delonga na visita. Mulheres de branco dos pés a cabeça entram no quarto verificando o líquido transparente conectado à veia. Os ventos que da janela vêm, balançando a cortina...
Chega o jantar com o sol ainda quente, o cheiro é agradável, sopinha de macarrão com frango e um solitário pedacinho de cenoura; o sal longe da sopa está. Na mesinha do jantar tem pão, maçãs, biscoito de vento, uma garrafa azul com sua metade contendo água; dois copos descartáveis frágeis, uma garrafinha de água de coco com um canudo branco de listras vermelhas.
A noite chega, a luz prioncipal do quarto queima e enfim o plantão da acompanhante acaba.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Certo amigo estava apaixonado
por hipotenusa.
Minha professora propôs me apresentar ao seno,
tal é o nome tão esquisito que
nem em trinta, quarenta e cinco
ou sessenta graus quero conhecê-lo.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009


À vocês {família R. Martins, 'boyfriend', Lindão, Netto, Stella, Thalissa, Lucas Vincis, Thaís, Vinícius, Quézia, Marcella}, o meu melhor pedaço.

domingo, 4 de outubro de 2009

Meu anjo torto

Certa vez um anjo mau fuxicou no meu ouvido,
sabe, desses vermelhinhos com chifrinhos,
me atentando sem parar
querendo me carregar.
Ele não disse que eu seria gauche,
ou que iria carregar bandeira,
disse que me daria carros, homens bonitos
festas boas e tudo mais "prazeroso" que o mundo oferece.
A carne é fraca né?
Mas pensei no futuro e logo lembrei:
o inferno é pr'o diabo e seus anjos.
Eu vou ter uma vida prazeroso lá no céu com meu Paizinho.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Talvez, o futuro

Seu eu fosse poeta
seria poeta sem alma, cabeça, coração
Neste momento não penso em nada além do futuro
Não do presente, ou do pretérito
apenas futuro.
Uma fumacinha branca embaça minha visão
me levando a imaginar como será...
Dos verbos que sei traço o amanhã,
deste só tenho certeza que
amarei, gritarei, me alegrarei, chorarei,
cairei, levantarei, sacudirei e a poeira sairá.
Será?

Contas para quê?

Há males que vem para o bem
Há bem que vem para males
No caminho de Drummond tinha uma pedra
No meu caminho, tem males e bem.
Números, não sei para que existem
São tantas as palavras bunitas
muitas esquisitas, báscara, pitágoras, seno, cosseno...
Tal é a minha paixão por palavras que só as enxergo
a equação que delas faz parte, desprezo.


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Bem, caro leitores.. meus títulos não são grandes coisas..
mas vou melhorar.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Um dia desses...

Era um dia como outro qualquer . Ulíces voltava para casa, quando de repente se depara com uma linda jovem. Embora estivesse, o dia, nublado Ulíces viu uma luz grandiosa, como um rebate.

Sara tinha um aspecto calmo, sereno. Era como um anjo.

Ulíces era um jovem sonhador, bem apanhado, de excelente caráter.

Sara fazia parte da alta sociedade, enquanto Ulíces, só sonhava com esse status. Em várias das festas os moços a cortejavam. Mas uma festa foi especial. Onde tocando uma rabeca, os jovens foram ao meio do salão para dançarem um minuete. Sara foi convidada a dançar. E quando estava dançando, um jovem um pouco ousado a tomou de seu companheiro e dançou assim umas duas ou três músicas, comente olhando nos olhos do cavalheiro. A festa era de máscaras logo, Sara não sabia com quem estava dançando a tanto tempo. A única certeza que ela tinha era de que não queria desgrudar-se daqueles lindos olhos acolhedores. Ulíces, que já estava apaixonado por ela há tempos e vinha admirando-a de longe, só sentia seu coração bater mais rápido e desejava que as horas não passassem. Ela pede que ele a revele seu nome. Ele lhe diz seu sobrenome:

- Albuquerque – sussurrou em seu ouvido.

E saiu deixando- a no meio do salão.

Passados alguns dias ela saiu acompanhada de amigas. Ulíces, em seu trabalho, se escondeu, porém não deixou de admira-la. Passando alguns segundos, o perigo se aproxima. Um batedor de carteiras as pára. Ulíces com toda sua agilidade corre para salva-las. Todas ficam eternamente agradecidas. Naquele momento, Sara olha para Ulíces e vê os olhos de Albuquerque.

- Albuquerque? – Sara reconhecendo- o, corre para seus braços.

- Quem? Sara está delirando? – dizia uma de suas amigas, segurando- a.

- Albuquerque, sei que é você.

- Sara, ele é um feirante.

- Não, ele dançou comigo na festa de máscaras.

- Certamente estás enganada..

Ulíces totalmente paralisado não disse nada. Pois Sara, no outro dia, voltou ao mesmo local.

- Ah! Albuquerque, por que não falas comigo? Fiz eu algum mal para ti?

Ulices a arrastou do meio da multidão e disse:

- Estás louca? Queres acabar com sua reputação?

- Mas... Albuquerque já se passaram dias, festas já aconteceram e não tive mais notícias de ti.

- Sara, venha comigo – dizia uma voz ríspida.

Ela com sua cabeça baixa, levantou-se.

- Não. Sara ficará comigo, senhor. – Ulíces replicou.

- Albuquerque, por favor deixe-me ir. Eu voltarei para nos vermos.

- Errado senhorita, não o verá mais.

Ela escutou um barulho estrondoso e uma voz falhada lhe dizendo:

- Sara, me chamo Ulíces Albuquerque. Eu te amo e estarei para sempre contigo.

Dali por diante a única coisa que ouviu foi uma nênia.


*Rabeca: violino

*Rebate: sinal

*Nênia: canto fúnebre